quinta-feira, 25 de julho de 2013

Como eu vim parar aqui? Parte II

O mais interessante da minha trajetòria até aqui eram os comentàrios dos amigos mais pròximos a mim. Por exemplo: "Voce ainda vai viver na Italia"; ou quando sabiam que eu estava jà vivendo aqui, diziam: "Nao acredito, voce està aì mesmo!"; "Teu sonho se realizou"; ou:"Nao te falei, tua vida seria aì!"; e o mais frequente: "Era teu DESTINO". Esse ùltimo eu costumo dizer que foi meu destino sim, mas precisou da minha coragem em seguir essa escolha na minha vida."O destino na verdade é a consequencia de nossas escolhas", li uma vez essa frase e me indentifiquei muito.

 Deixar para tràs uma vida tranquila e segura, com a presença de amigos e familiares em todos os momentos da minha vida, para um mundo completamente novo e, sozinha, é preciso ter coragem, acreditar e um dos maiores segredos eu conto à quem està pensando em vir em busca de um objetivo ou um sonho : serenidade.

 Ao tomar tal decisao voce tem que sentir, apesar de todos os receios e incertezas, SERENIDADE na tua escolha, no novo caminho. Uma das coisas que me fizeram sentir essa serenidade foi saber que se algo desse errado ou nao fosse como eu esperava as portas de casa estariam sempre abertas para meu retorno e eu levaria de volta a experiencia de ter provado algo de novo.

Na nossa vida sempre teremos novas portas se abrindo, mas ao escolher qual caminho seguir nao podemos ter medo, esse è o grande vilao das nossas conquistas. O desafio de enfrentar uma mudança deve ser o estìmulo para continuar caminhando e  là na frente terao sido tuas experiencias no passado a chegar aonde voce chegou naquele momento.

Em 2005  larguei meu emprego no hotel aonde trabalhava, dentro da minha àrea, para arriscar. Deixei para tràs òtimos amigos; pessoas que realmente me queriam bem;  deixei o conforto da casa de meus pais, a presença de meus irmaos, para tentar algo novo. 

Destino ou nao, encontrei "l'amore fatto per me" e em breve tempo nos casamos. Viajamos muito. Tivemos nosso primeiro filho. A segundinha. E vivo feliz com a escolha da minha vida. 

Agora, viver longe nao é simples. A saudade que a gente sente é bem diferente daquela de quando estamos por perto das pessoas. Tem dias que machuca no mais profundo dos sentimentos. Momentos dificeis ou mesmo felizes, como o nascimento de minha sobrinha, que fui conhece-la somente quando havia 2 aninhos e meio, sao coisas importantes que abrimos mao. Tem a saudade da besteira: tomar àgua de coco é meu maior drama nos lados de cà!Como gostaria de encontrar caldo de cana vendido dentro de perua! Ou ainda, comer brigadeirao no fim de semana na casa de meus pais! Ou aquela porçao de isca de frango com os amigos do trabalho no fim do dia.

Nos primeiros anos batia uma saudade imensa de algo simples: escutar de perto alguém falando portugues comigo!! Minha primeira viagem "à passeio" ao Brasil eu nao conseguia falar com as aeromoças da Tam(brasileiras)em portugues!Que metida, nao? Que nada, minha cabeça estava infestada pela lingua italiana, rs. 

Com o tempo a gente vai se adaptando a conviver com esse sentimento que a distancia nos causa. E se voce està feliz, nao importa aonde, voce està bem. A mudança trouxe na minha vida pessoas boas, experiencias novas. Se eu nao tivesse tentado hoje teria certamente uma outra història à contar e pouco provavelmente estaria aqui escrevendo sobre isso, imagino que estaria numa "selva de pedra", lutando pela minha profissao ou seja là o que fosse, mas dificilmente fazendo a vida que faço aqui na Italia. Nao penso que seria melhor ou pior, suponho que seria diferente.

Eu adoro a tranquilidade da vida na Europa. Adoro a mistura das paisagens, entre o moderno e o medieval. Amo descobrir lagos naturais perdidos no alto de uma montanha e adoro a culinària italiana verdadeira(apesar de nao ser boa de garfo, aprecio uma boa massa!).

Acredito que vivendo aqui eu aprendi a ver a vida com outros olhos, talvez enxergando as coisas simples , que no corre-corre acabamos por deixar escapar e, dando valor à pequenas coisas.

Cresci ao me ver sozinha, me tornei muito mais autonoma e independente e precisei arregaçar as mangas para ser respeitada pois, vale lembrar, sou estrangeira e serei sempre o argumento num novo circulo de amigos : "Brasileira?De onde? O que te trouxe aqui?" Nao tenho històrias de infancia na Italia, nao sei o nome das bandas que rolavam na adolescencia italiana e tantos detalhes que fazem com que a gente seja de casa. Mas trago comigo experiencias que irei passar para uma geraçao de sorte: meus filhos. Que levarao com eles o folclore brasileiro e as cançoes de nina italianas. 

Quanto ao destino...quem sabe està tudo ligado ao meu antepassado?! Mas aì, sao outros oitenta! ;)

Obrigada por participarem do meu relato e se voce também tiver uma experiencia similar e quiser dividir conosco, basta escrever para mixpelomundo@hotmail.com




6 comentários:

Carol Szabadkai disse...

Que legal Daph, muito bom conhecer você mais de pertinho, ver essa sua coragem e determinação. Espero encontrar-me com você ao vivo também!
Beijos!!

Daphne Pierin disse...

Oi Carol! Que bom que gostou de acompanhar minha història! Acredito que a coragem venha daquela força que a juventude nos dà de presente e a determinaçao é a intuiçao que nos leva à seguir em frente, nao é mesmo?! Eu também nao vejo a hora de batermos um papo cara a cara! beijinhos!

Gisley Scott disse...

Sabe aqueles tipos de post que te transportam para a experiência que a pessoa teve? Eu me senti assim lendo seus relatos. Rindo de orelha à orelha, vc trouxe à minha memória recordações e as razões pelas quais eu decidi me aventurar em outro país.

Tudo que vocÊ falou é muito verdade em relação à saudade,mas à medida que vc se adapta, ela dimimui um pouco.

Gostei do jeito que vc escreve!

Beijo grande!

Gisley Scott
www.vivendolaforanoseua.blogspot.com

Daphne Pierin disse...

Oi Gisely, obrigada por compartilhar tua experiencia ao mudar de paìs.
O legal do blog é isso mesmo, essa troca de idéias e vivencias!
Vou visitar teu cantinho!
Beijinhos e lindo dia à voce!
Daphne

Anônimo disse...

Oi Daphne, conheci seu blog através do canal da Larissa.

Adorei o seu relato, me identifiquei bastante.
Eu tenho fascínio pela Itália, não sei porquê. A música, a culinária, a história do país, tudo... Meus amigos até brincam que eu coloco a Itália em todas as conversas! hahaha
Se estamos falando de política, lá venho eu e coloco "Ah, mas na Itália..." Já passei horas estudando sobre a vida aí, é meu grande sonho.

Me identifico porque, mesmo planejando isso, morro de medo de deixar minha família pra trás, deixar meus pais sozinhos e ainda mais de morar sozinha em um lugar desconhecido, sem ninguém pra me acolher nos momentos difíceis. Mas aqui no Brasil sinto que me falta algo, sinto que ainda não tenho independência e que ainda não sou capaz de fazer grandes coisas. Na realidade que tenho, morar em outro país (ainda mais na Europa) é um sonho muito distante.
Eu não sei o que futuro me reserva e nem se irei realizar este sonho. mas a esperança é a última que morre, né? hahah

Adorei a sua história, me deu mais forças pra acreditar em mim!
Sucesso sempre.

Beijos, Fernanda.

Daphne Pierin disse...

Oi Fernanda!
Obrigada pela visita aqui! Gosto muito da interaçao que existe entre eu e o leitor através do blog!
Fui lendo seu comentàrio e lembrando dos meus sentimentos..é algo que nao conseguimos explicar em palavras, nao é mesmo? Nada na vida é por acaso e acredito que essa sensaçao que voce sinta tenha uma razao.
Sei que na vida existem as dificuldades mas , jamais ,permita-se acomodar na situaçao. Se teu sonho é vir conhecer a Italia, deixe essa luzinha sempre acessa no teu coraçao. Esse dia vai chegar. Nao importa a nossa idade ou situaçao atual, tudo na vida tem jeito, ainda mais pra brasileiro,né! Mexe daqui, dali, com nosso modo de ser conseguimos sempre atingir nosso objetivo, hehe!
Te desejo muita sorte! E espero que meus artigos preenchem sua curiosidade do paìs da bota! Se tiver algo para sugerir que eu escreva ou mostre nos videos ,que voce gostaria de saber , sinta-se livre para comentar, ok!
Um grande abraço,
Daphne